2006/06/02

cinema no virgínia 19 | 2006

TA'M e GUILASS O SABOR DA CEREJA
de Abbas Kiarostami
7 de Junho de 2006 21:30



«O Sabor da Cereja» repartiu a Palma de Ouro de Cannes 1997 com «A Enguia», de Shohei Imamura, mas este é um filme incomparavelmente superior.


O Sabor da Cereja é uma fábula existêncial em que um homem iraniano, Badii (Ershadi) cruza as estradas poeirentas de Teerão, no seu Range Rover, à procura de alguém que o ajude.
Está farto de viver e planeia suicidar-se. Já abriu a cova, só precisa de alguém que a tape. Pelo lugar do morto vão passar um soldado, um seminarista e um taxidermista, aos quais é feita uma generosa oferta monetária pelo serviço.


com:
Homayon Ershadi,
Abdolrahman Bagheri,
Afshin Khorshid Bakhtiari,
Safar Ali Moradi,
Mir Hossein Noori

6 comentários:

Anónimo disse...

dois comentários:

o primeiro para dizer que me parece desadequado exibir um "aperitivo" de 37 minutos de duração.

acho demasiado.

o segundo para dar conta das fracas condições que a sala apresentou. eu não tinha um termómetro mas acredito que deviam estar perto de 40 graus dentro da sala.

é sabido que estamos em época de crise e que devemos poupar na energia, e nos gastos financeiros.

também é conhecido de todos o valor abusivo do ordenado do director do Virginia.

proponho a criação de uma caixa de esmolas que possa servir, à vez, para pagar o ar condicionado ou o ordenado do exmo. sr. director.

talvez a questão tenha sido de ordem técnica e aí propunha a contratação de técnicos competentes. ou então um chimpanzé que conseguisse carregar em botões.

a.mar disse...

Senhor António, duas perguntas:
- Um banho de trinta e sete minutos no Mar deste Mundo não foi suficiente para o refrescar?

-Não tem inveja da Paz, do Silêncio e do Vazio que aquele senhor encontrou quando conseguiu adormecer para dormir um sono para o Outro Mundo porque este lhe dava problemas?

É a Vida!
Carregar em botões não é uma função de chimpanzés.

margarida

Anónimo disse...

margarida:

longe de mim querer entrar em polémicas, no entanto respondo/explico a razão do meu comentário.

1. a qualidade da curta (!) metragem não foi posta em questão.

simplesmente deixei a minha opinião de que me parece exagerado servir um filme de 37 minutos antes do filme principal.

não tem que ver com ter gostado mais ou menos do filme, ter achado melhor ou pior.

quanto ao calor da sala, achei demasiado, causando desconforto, o que leva a que não consiga desfrutar totalmente da obra que era apresentada.

simples.

por último, não substimes as capacidades intelectuais dos chimpanzés. seria um trabalho que eles fariam com facilidade, bastando para isso que previamente frequentassem um workshop de uma ou duas semanas.

adeus e até 4ª, onde vamos ver mais um grande filme.

António

a.mar disse...

Este é um espaço mesmo para o comentário, mas parece que as pessoas só têm sempre críticas negativas.
Porque é que não se comenta a representação dos actores, a fotografia, etc. Este é um espaço de cinema.
Num mundo com tantas desigualdades, eu pensei naqueles que não têm a oportunidade de ir ao cinema, assim, passar um serão agradavelmente a fazer uma coisa que nos dá prazer, que é o caso daquele mar de gente do documentário.
E também não gosto de ver chimpanzés em workshops.
Obrigado pela sua atenção.

a.mar disse...

E já agora acrescento também um comentário a cerca da história do filme.
O realizador a mostrar-nos a maneira como se lida com a morte.
O soldado que tem a arma para atacar e o poder de matar, foge dela com um medo imenso.
O religioso, que apregoa a vida eterna e promete o paraíso depois da morte, recusa-se a aceitá-la, e fala-lhe da culpa e da justiça de um homem que quer ter a decisão da vida/morte.
E o taxidermista, que como os outros, também lida com a morte, mas que trata de dar à morte a utilidade da demonstração
disponibiliza-se para que o senhor descanse, não sem antes lhe mostrar a beleza da vida.
Achei muito bonito aquele escuro vazio no fim da vida da personagem, que é uma passagem na vida do actor, como nós vimos no decorrer das filmagens.

Pedro Antunes disse...

Excelente comentário, Margarida...

Por acaso confesso que o filme passou-me um bocado ao lado! E ainda não tinha a oportunidade de entender o filme neste termos. Obrigada...

Acho que o blog do Cine-Clube tem que ser um espaço vivo, que não se deve resumir ao cinema, comentários, criticas e até debates são sempre bem vindos. Mas, Sr. António, a temperatura da sala não é da responsabilidade do Cine-Clube. Deve apresentar esta facto ao Virgínia.

Atenção a todos: na próxima quarta-feira não haverá cinema. Será o concerto acústico dos Delfins.

Cumprimentos!!!